MUITO, POUCO E NADA

MUITO, POUCO E NADA

 

Eu vi uma mensagem na Net,

Que só falava de motivação,

Mas não quero ser marionete,

Pois ela quer sempre a razão.

 

Quero entender quem fala muito,

Se o caçador se cala pra vencer,

E quem tagarela a todo segundo,

Nunca consegue se convencer.

 

Quem nada fala perde argumento,

Tão necessário pra compreensão,

E falar pouco pede um fermento,

Para sonhar, mesmo na solidão.

 

Falando só por falar sem ouvir,

Ignoram meu ser ou estar,

Mas falam de Deus sem sentir,

Quando nem sabem andar.

 

Desconfio de quem fala de Deus,

E da criatura a querer dominar,

Pois sou filho e não dou adeus,

À cultura que tive em meu lar.

 

Deus é tudo de todo Universo,

Sem lugar para ser pró ou não,

Porque letra, vogal e o verso,

São verdades do ser e do chão.

 

Também digo algo sobre mim,

De quem devo falar só um pouco,

Mas nem sempre acordo assim,

E às vezes sou são ou sou louco.

 

E não falar nada de outrem,

É querer só ter uma proposta,

Mas não existe esse alguém,

Que cale à pergunta imposta.

 

O homem foi feito sem regra,

E é assim ao viver cada dia,

Com o arbítrio da livre entrega,

Em grande ou pretensa alforria.