O poeta vai falar...

Nos versos; o enfeite branco, fundo ideal...

Lugar onde habita o tracejo surreal.

Nos versos, as sílabas, dantes ruidosas,

De escrita escorrida, fluída e amorosa.

Poeta...

Sua voz está solta pelas pontas dos dedos.

Espalhada ao meio, liberta de seus medos...

Deste espinho cujo a rosa desgarganta.

Poeta da voz solta, e de escrita que canta.

Charmosas suas notas, as quais expressam

Mentiras que por vezes te completam.

Objetivas verdades, antes apenas ocultas.

Poeta com voz para aqueles que o escuta.

Seu grito realça o traço do poder de imaginar

No branco deleite de um papel escuro

De tintas daquele espinho que antes o calava.

Poeta, que buscava sempre em si pensar...

Dos poemas de leite, na rosa e no furo.

Fez do espinho a caneta da voz que voava.