Olhos cortados!
Afrente, bem perto, luz de escape
Se vê além sem ver ninguém,
Afrente, abaixo, lixo que entope
Se vê aquém, sem ver muito bem.
Aprendizado? Basta apenas um toque
Nas mãos de crescidos da era Vargas
De toque em toque, há um desfoque
Nas mãos de muitas mentes amargas.
Afrente, coletivo, de longe o oposto
Povo cri cri se incomoda por teimosia
Afrente, o domingo tragado sem gosto
Gente real que se regozija em fantasia.
Aprendizado? Basta apenas um chute
Nos pés de crescidos da Vila Belmiro
De chute em chute, há quem refute
"O argentino é melhor, Eu o prefiro!
Afrente, a estante da minha avó
Se vê além, sem ver além
Afrente, receitas, abaixo totó
Brincando de morder Thomas Mann
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Releitura de um poema
Originalmente escrito em 15/12/2004