Onde Busco Poesia?
Na beleza do dia a dia.
Nos raios do Sol que de soslaio a pele morena da moça, ardia.
No vão momento que, furtivamente, assombra a mente vazia e se enche de tudo que é nada.
Onde busco poesia?
Onde requeira espontaneidade.
Nos lapsos efêmeros da idade.
Nos atos suburbanos, corriqueiramente, viciados de rotina.
Onde o vazio amargo do infinitivo futuro, desconhecido e interrogativo me assalta.
Onde busco Poesia?
Na flor que desabrocha e inunda o ambiente com seu perfume.
Na Pedra Ume da mente hermética que, sabiamente, fecha-se à influências perniciosas.
No frenesi ”Rimbaudiano” de epílogos afins.
Busco a Poesia que me infla os pulmões e torna acridoce o limão da realidade
No Agente-Luz que reverbera ecos de Sanidade Tóxica e que embriaga o ledo transeunte.
Busco Poesia nos ósculos e amplexos ímpares transbordante de excitação e inebriante perfume de sândalo.
No escândalo terno de Amor que dá vexames por sofrer demais, refém do nobre sentimento.
Busco a Poesia do Momento, do Movimento distraído da mente que não arbitra.
Busco vender aquilo que não tenho, pois o abstrato se materializa quando o cenho alheio franzi ante a performance da língua: Linguística e Viperina.
Busco Poesia onde o alvo é o Nada.
Onde o menor movimento é o grande ataque:
- A Contemplação.