O Tempo-enquanto-tempo
O tempo enquanto tempo
Indignou-se e então falou:
“Vós três que me acusais”!
Não sabei vós quem eu sou?”
Um aponta para as horas
outro acusa os minutos
o terceiro me acompanha
mas não caminhamos juntos
Um se apressa
e o outro tarda
um se esconde
mas não falha
Todos querem controlar-me
mas não dobro-me a ninguém
sou um fenômeno sucedido
pelo sumo Autor do bem
No relógio estou presente
Demarcando mês e ano
conto as 24 horas
não me paro
nem me canso
O tempo enquanto tempo
fez-se acaso ao relento
consumido pelo vento
esquecera seu talento
confinado no relógio
como preso e detento
os minutos e os segundos
já cumpriram seu intento
é por isso que as horas
renovaram o juramento
Três te acusam com razão
estás fadado ao sofrimento
dos piores assassinos
és tu
Ó! Sublime Tempo!