CINTILAR DE EMOÇÕES

Somos os versos dessa poesia,

irradiando vida por sensações!

Somos almas em agonia,

adornando o mundo por emoções!

Somos tudo;

somos nada;

somos a insipiência absorvida;

somos a escravidão sendo castigada;

somos a verve declinada;

somos a estamina reprimida.

Somos vulcões adormecidos;

somos o amor em ciúme;

somos espíritos carcomidos;

somos a rebeldia em queixume.

Somos a orgia se inflamando;

somos a cocaína sendo inalada;

somos o vício inspirando,

a sodomia depravada.

Somos frutos do nosso tempo e lugar,

alternando posições em movimento,

pensamentos constantes a nos perguntar,

porque estamos aqui neste momento!

Somos a injustiça nauseabunda;

somos a moralidade a desfalecer;

somos a demagogia bem profunda;

somos a hipocrisia a recrudescer.

Somos detalhes;

somos requintes;

somos o minaz a romper;

somos o desconexo em acinte,

pondo o óbvio para morrer.

Somos o Sol da meia-noite;

somos a lua indo embora;

somos a filosofia fomentando açoites,

pervertendo as ideias ditas agora.

O Sol brilha para nosso planeta viver,

seus raios fúlgidos consolida a existência,

edifica a esperança de um lindo amanhecer!

Somos a juventude a envelhecer,

sentindo o fel , perdendo o lume;

somos o fim a antever,

a fragrância sem perfume.

Somos tudo;

somos nada;

somos a pérola partida;

somos riqueza abandonada;

somos a esperança demitida.

Somos anjos carentes;

somos o malefício empreendedor;

somos a inquisição penitente;

somos o vendaval destruidor.

Somos a certeza de lágrimas;

somos a misteriosa maré;

somos a inquietude magna;

somos o firmamento em fé.

Não temos no presente respostas concretas,

nesta efêmera passagem inebriante e secreta,

misteriosa vida fomentando o intrigante,

sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.

Somos orgasmos;

somos pecados;

somos sentimentos a entorpecer;

somos a vida sem marasmos;

somos a metáfora do prazer.

Somos a força oprimida;

somos vontades a falecer;

somos as drogas consumidas;

somos o medo de vencer.

Somos o virtual edificado,

manipulando mentes fragilizadas;

somos computadores contaminados,

pela consciência martirizada.

Nossa íntima natureza nos revela:

Nosso ego, nosso pior inimigo!

Uma fraude que nos engana!

Alimentamos monstros e damos abrigo,

a demônios em nossa mente insana!

Somos a fantasia impura;

somos o cio em sobejo;

somos o sexo em estrutura;

somos o amor sempre em desejo.

Somos a miragem do deserto;

somos a gota no oceano;

somos a inspiração do arquiteto;

somos o porvir em desengano.

Viver por viver, quiçá seja a solução,

a natureza é suscetível, bela, divina e violenta,

viçosas florestas adornam a imensidão,

terra abençoada e preciosa que a todos assenta.

Somos estrelas cadentes;

somos a poesia lancinante;

somos a insciência inclemente;

somos o sofrimento torturante.

Somos a interação de cosmos e estrelas?

Ou vida incompleta que irradia a ilusão!

Somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?

Ou a semente que constrói que lança a destruição!

Somos o embate virulento;

somos a rocha fragmentada;

somos o pássaro luculento;

somos a liberdade enclausurada.

Somos mentiras;

somos verdades;

somos segredos de fraquezas;

somos monges em simplicidade;

somos a marca da torpeza.

Somos a água em correnteza;

somos a candura prostituída;

somos a hipocrisia em franqueza;

somos a desrazão enaltecida.

O mar é magnífico mundo inexplorado,

dádiva que provê o alimento consagrado,

oceanos que lançam périplos em devaneios,

alteroso alto-mar navegando aventureiros,

águas impetuosas criando ondas ao vento,

melodiosas águas firmando romantismo luculento,

alvas ondas que enlevam entoado cantar,

salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.

Somos o aborto ocultado;

somos a desonra em companhia;

somos o incesto generalizado;

somos o feto em arritmia.

Somos a bomba hedionda;

somos a inexatidão dos sentidos;

somos o ferimento com a sonda;

somos a fome dos desvalidos.

Somos a verdade que não existe;

somos a dissimulação perpetrada;

somos o dogma que insiste,

em mentiras reveladas.

Nossa íntima natureza nos revela:

Somos com um computador cheio de vírus!

Somos como uma máquina defeituosa!

Somos a inteligência nos destruindo!

Somos a maldade vergonhosa!

Vivemos em conflitos e frustrações,

semeando o caos angustiante!

Deslealdades em nossa ações!

Mentiras amiúde a qualquer instante!

Somos a vergonha do sucesso;

somos errantes navegadores;

somos culpados pelo progresso;

somos humildes sonhadores.

Somos o esperma ejaculado;

somos a magia em comunhão;

somos o espermatozoide fecundado;

somos mutantes em conspurcação.

Somos a energia enfraquecida;

somos o trovão cuspindo fogo;

somos a criança em estesia;

somos o destino em malogro.

Estamos num paraíso de exuberante natureza,

o inclemente progresso despreza sua beleza,

maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,

corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.

Somos a transgressão dos costumes;

somos o poder transcendente;

somos a metafísica em negrume;

somos a irreflexão clarividente.

Somos o desalento da pobreza;

somos a anemia homicida;

somos eremitas em tristeza;

somos a pílula fratricida.

Somos a dialética excitante;

somos a retórica dissimulada;

somos a ignorância flagelante;

somos a plêiade alcoolizada.

O que somos afinal?

Bênção divina florindo o jardim!

A erva daninha que usurpa seu igual!

O aleatório começo que conhece o seu fim!

Somos a virgem desvirginada;

somos a paixão em ciúme;

somos a estátua despedaçada;

somos o casamento em azedume.

Somos suicidas em potencial,

com sofrimentos ferindo forte!

Somos o paradoxo enaltecendo o mal,

Um sopro jogado à própria sorte!

A vida é uma odisseia,

de revezes e de conquistas!

É uma sombra que passa!

É uma estrela cadente!

É uma vitória temporária!

É uma chuva complacente!

É uma gota no oceano!

É um grão de areia do deserto!

É um meteoro que vagueia,

sabendo que o seu fim é certo!

Somos a obra escatológica;

somos a política mercenária;

somos a imunidade da escória;

somos a traição incendiária.

O que somos afinal?

Paradoxos em dicotomia!

Corações em arritmia!

Mentes em despautério!

Espíritos em deletério!

Animais em desrazão!

Sensibilidade em extinção!

Almas trilhando errantes!

Incastos seres beligerantes!

Somos o estupro abominável,

fixando trauma e aflição;

somos a pedofilia execrável,

deixando almas em prostração.

Somos a chuva laureada;

somos a terra em alegria;

somos palavras interpretadas;

somos momentos de utopia.

Ventos que cantam e sopram o ar em poesia,

brisa acarinhando nossos sentidos em estesia,

ventania que mostra sua energia pujante,

atmosfera benquista, benigna e relevante.

Somos a serpente escamoteada,

assentando ódios bem profundos;

somos a raça eleita estigmatizada,

patrocinando mortes neste mundo.

O que queremos afinal?

Se desprezamos o importante!

Se nossa guerras são constantes!

Se a religião consolida fanáticos!

Se as bandeiras irrompem lunáticos!

Se a raça é discriminada!

Se a cor é estigmatizada!

Se a política é corrupta!

Se a mídia é estulta!

Se a polícia é violenta e mata!

Se a criminalidade nos maltrata!

Se traficantes conhecem a impunidade!

Se a droga já faz parte da menoridade!

Se pedófilos sempre existiram!

Se crianças sucumbiram!

Se as armas são lucro certo!

Se potências fomentam o retrocesso!

Se a fome ainda acontece!

Se a desigualdade recrudesce!

Se a prostituição ficou aceita!

Se a fidelidade foi desfeita!

Se bombas estão sendo armadas!

Se invasões são arquitetadas!

Se a maldade é defendida!

Se a bondade é enfraquecida!

S a equidade é assassinada!

Se a injustiça é fortificada!

Se a fraternidade está morrendo!

Se o egoísmo está vencendo!

Se a cidade está doente!

Se psicopatas não estão ausentes!

Se o amor é marginalizado!

Se o afeto é pulverizado!

Somos o que desejamos ser;

selvagens domesticados,

que matam a bel-prazer.

Nossas derrotas e vitórias!

Nossas bondades e maldades!

A vida é misteriosa história,

que se escrevem por nossas vontades!

Como podemos nos sentir envergonhados,

se o sistema cria em nós o desonrado!

Como podemos nos achar tão imperfeitos!

se nossas boas ações mostram nosso respeito.

Somos a consciência em aflição,

com incertezas e castigos em nosso viver!

Afã de fazer injustiças com as próprias mãos!

A inexorável certeza é que vamos morrer!

Oh, vida!

De tantos caminhos e atalhos!

Muitas vezes nos desviamos,

por interesses salafrários.

Como podemos ter inspirações e vontades,

se o tempo passa sem descobrirmos o que é a verdade!

Como podemos não nos sentirmos desiludidos,

se quem amamos partem para um frio jazigo!

Esperanças que não devem ser sepultadas!

Humanidade de boas ações exaltadas!

Otimismo que não pode ser esquecido!

Um mundo que não deve ser embrutecido!

Somos também o efusivo amor,

cintilando ígneas emoções,

vivenciando átimos de esplendor,

pela bondade em corações!

Ah! O amor!

Que sucumbe rancores!

Que professa o perdão!

Que abraça pecadores,

pela misericórdia e compaixão!

Ah! O amor!

O sempre verdadeiro e sincero amor!

Esquecido! Desprezado! Olvidado!

A percepção é de que escolhemos a dor,

para um mundo que hoje é tão vilipendiado!

Estamos nesta odisseia,

em que o tempo nos vê passar;

vivemos e não temos ideia,

de quando o fim irá chegar!

Oh morte!

De inefável mistérios e tétrica comoção!

Transforma em nada o que era crível e relevante!

Suprime encantos expulsa castigos e enterra a emoção!

Quinta-essência quebradiça pulverizada num instante!

De mãos vazias viemos!

Com as mãos vazias partiremos!

A vida foi um mar de ilusões!

Grãos de areia levadas pelo vento,

que sentiram lindos momentos,

que experimentaram sofrimentos,

que conheceram frustrações.

Alberto dos Anjos Costa
Enviado por Alberto dos Anjos Costa em 22/03/2021
Código do texto: T7213033
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