Eu, o autista

Tenho galáxias,

Galáxias inteiras;

Levo milhares de astros

Nos meus contornos.

Todavia,

Preenchimento, não havia,

Um profundo branco pálido

Toma conta da minha linha do tempo;

Estou perdido.

Travado e desastrado,

Tropeços são de lei.

Me compararam a um retardado,

Como se, não sei,

Tivesse culpa de ser diferente,

Porém, a persistente

Frase: quem quer faz,

Quem não quer da desculpa,

Martelava até não aguentar mais.

Nas playlists criadas

Nos meus pensamentos

De inúmeros argumentos,

Há várias pitadas de: eles não entendem,

Só que o sabor que fica

Não vem da minha razão,

Sou vítima do meu passado,

Mas não sou quadrado.

Criei uma bolha pra me proteger

De falhar com e afastar

Aqueles que eu amo;

Acabou por ser

O que não queria se concretizar.

O medo de decepcionar

Só nos torna mais inseguros

Do que somos;

Não dá pra ignorar,

Única saída é domesticar

O nosso corpo,

Para que um dia alcancemos o topo,

Não sozinhos,

Mas acompanhados

É chato ver pessoas irem,

Claro, super normal que isso ocorra,

Quando não são todas que partem.

Há limite,

Com certeza,

Mas coloque isso na sua mente:

O nosso limite

É um recorde pessoal a ser batido.

Faça isso todos os dias

Que suas proezas

Dará um sabor de "BIS",

Para quem tiver o privilégio

De desfrutar do seu prestígio

Jeito de ser.

Ricardo Palermo
Enviado por Ricardo Palermo em 17/03/2021
Código do texto: T7209574
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