Eu, o autista
Tenho galáxias,
Galáxias inteiras;
Levo milhares de astros
Nos meus contornos.
Todavia,
Preenchimento, não havia,
Um profundo branco pálido
Toma conta da minha linha do tempo;
Estou perdido.
Travado e desastrado,
Tropeços são de lei.
Me compararam a um retardado,
Como se, não sei,
Tivesse culpa de ser diferente,
Porém, a persistente
Frase: quem quer faz,
Quem não quer da desculpa,
Martelava até não aguentar mais.
Nas playlists criadas
Nos meus pensamentos
De inúmeros argumentos,
Há várias pitadas de: eles não entendem,
Só que o sabor que fica
Não vem da minha razão,
Sou vítima do meu passado,
Mas não sou quadrado.
Criei uma bolha pra me proteger
De falhar com e afastar
Aqueles que eu amo;
Acabou por ser
O que não queria se concretizar.
O medo de decepcionar
Só nos torna mais inseguros
Do que somos;
Não dá pra ignorar,
Única saída é domesticar
O nosso corpo,
Para que um dia alcancemos o topo,
Não sozinhos,
Mas acompanhados
É chato ver pessoas irem,
Claro, super normal que isso ocorra,
Quando não são todas que partem.
Há limite,
Com certeza,
Mas coloque isso na sua mente:
O nosso limite
É um recorde pessoal a ser batido.
Faça isso todos os dias
Que suas proezas
Dará um sabor de "BIS",
Para quem tiver o privilégio
De desfrutar do seu prestígio
Jeito de ser.