DE OLHOS FECHADOS
Nem tristezas muito menos alegrias
Só encruzilhadas que me espreitam
E tingem de poeira meus pés na areia.
Cada passo um rastro que me arrasta
Tortuoso e claudicante num roto costurar.
Andarilho de corpo e desventuras
Não sei se estou indo ou voltando.
Pareço ter chegado sem nunca ter saído.
Nem norte, nem sul, sem estrelas… nada!
Mil pontes, mil nortes, mil enganos.
Uma única luz sempre esteve lá
Como um espantalho que assusta.
Uma placa no meio do coração:
Desarreia-se, erga a fronte, ame!
Siga em frente de olhos fechados!
Haromax