NA PANDEMIA
Na Pandemia perdi amigos
Amigos de amigos
Corri perigo, riscos
Vendi meus discos
Inclusive, os favoritos.
Na Pandemia o cabelo cresceu
A barba embranqueceu
Todos os meus chinelos
O meu cachorro comeu
E o coração doeu!
Na Pandemia perdi o emprego
E muita das vezes o sossego
Acordando cedo
Sem dinheiro
E tive medo...
Na Pandemia o sol era o mesmo
A Lua era a mesma
O Silêncio
A ermo
A esmo
Na Pandemia mesmo no limite
Minhas filhas sorriam
Minha esposa cantava
A Fé dilatava
Enchendo-me de esperança
Nunca estive tão isolado
Nunca passei tanto tempo em casa
Nunca fiquei distante de abraços
De apertos de mãos
Longe da multidão.
Jonathas Oliveira