LACUNA
Perdi todo o meu rumo
e tropecei no prumo
vestido das traças
que me abraçavam.
Mergulhei no vinho
da luxuria amarga
que foi minha sina
e fez-me iracundo.
Sei, bem sei que me perdi
nos julgamentos dos homens
que me disseram verdades
que descontruíam o saber.
Hoje, vagueio pelo amor
que em sombras perfumam
o ontem que passou pelo hoje
dando-me em verdade a vida.
Eu sou destino, não sei,
talvez seja o esquecido ser
quando lembram-se de mim
na música que cantem antes de dormir.
A vida é-me de surpresas
que às vezes choram
Depois, sorriem, por fim...
tudo é passagem dos vento
quando bato na porta
e ela simplesmente abre
para um novo começar.