Ouro dia

Não sei

O que pensar.

Às vezes me esforço

Para abrir os olhos

Fico em silêncio

Para ouvir

As batidas do coração

Olho a minha volta

Meio nostálgica

Meio alheia

Meio mórbida

Reparo na futilidade

Dos risos insanos

Desesperados, caindo

Do canto da boca

Ainda assim louca

Ainda assim viva

No fundo

Só a mim oculto

Todo horror sussurrado

Todo o medo

Agigantado a percepção

Ouço vozes

Vejo vultos

O vento bate

A vida toca

A música do desespero

O sono chega

E meu corpo

Cai sobre o leito

Mas a minha alma

Sai de mim

E vai para longe

E só volta

No amanhã.

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 02/11/2020
Código do texto: T7102653
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