QUAL SERÁ MEU DESTINO?

QUAL SERÁ MEU DESTINO?

A humanidade trepida de medo,
Ao deparar-se com o que desconhece.
Mesmo que digam: "Não tema, é cedo!",
Vai de São Tomé, ou algo que se parece.

Não costumam gostar de cumbuca,
Mas ainda mentem às claras,
Pois o que importa é o que lucra,
Mandando toda ética às favas.

Mas o tempo não pára, não pára,
Nem comunga com mortos ou vivos,
Segue apenas na etérea jornada,
E nos deixa ainda indecisos.

Pois o tempo só constrói,
Para que possa desconstruir,
Dando-nos o gozo e o que dói,
Mesmo quando a nos desiludir.

Na ilusão de que tudo se destrói,
Num Universo com mais dimensões,
Em que nunca seremos heróis,
Se no vácuo não há corações.

E então, qual será meu destino?
Se nem sei em que plano estou,
Pois o Sol se vai no vespertino,
Só que ainda a noite restou.

Se no giro do mundo, as tardes,
São verdades do que nem conheço,
E a manhã me mostra sem alardes,
Que a noite esconde o endereço.

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