Haverá sinais no Céu
Haverá sinais nos céus, haverá sinais no sul.
Sinais se verão na Índia e pelo céu de Seul
Aeronaves douradas esquadrilhas revoadas
Derramando seus soldados, milhões de anjos alados.
No turno do céu noturno nas tardes de céu azul
Haverá devoradores de víveres dos viventes
Que demoverão da gente os já parcos alimentos
Nuvens que surgem das cinzas da fumaça das queimadas
Fumaças que trouxe insônia dos resquícios da Amazônia
Das mães índias desvalidas agonizando em lamentos
Peixes aves e corais tingiram mares em sangue
Morreram sem ar os mangues, embebidos no petróleo.
E a terça parte das águas amargas se envenenaram
Aeronaves flamejantes flocos de fogo cadente
Submergiram pra sempre de um voo que não voltaram
Os bosques pegando fogo no Texas e no Alasca
Os cangurus da Austrália carbonizados morreram
O fumo cálido ardente que subiu queimando tudo
Transformou-se da fumaça desde o pelo, a pele a casca.
O vírus veio vingando as vidas que se perderam
Idalécio Coutinho