Haverá sinais no Céu

Haverá sinais nos céus, haverá sinais no sul.

Sinais se verão na Índia e pelo céu de Seul

Aeronaves douradas esquadrilhas revoadas

Derramando seus soldados, milhões de anjos alados.

No turno do céu noturno nas tardes de céu azul

Haverá devoradores de víveres dos viventes

Que demoverão da gente os já parcos alimentos

Nuvens que surgem das cinzas da fumaça das queimadas

Fumaças que trouxe insônia dos resquícios da Amazônia

Das mães índias desvalidas agonizando em lamentos

Peixes aves e corais tingiram mares em sangue

Morreram sem ar os mangues, embebidos no petróleo.

E a terça parte das águas amargas se envenenaram

Aeronaves flamejantes flocos de fogo cadente

Submergiram pra sempre de um voo que não voltaram

Os bosques pegando fogo no Texas e no Alasca

Os cangurus da Austrália carbonizados morreram

O fumo cálido ardente que subiu queimando tudo

Transformou-se da fumaça desde o pelo, a pele a casca.

O vírus veio vingando as vidas que se perderam

Idalécio Coutinho

IDAL COUTINHO
Enviado por IDAL COUTINHO em 04/07/2020
Reeditado em 04/07/2020
Código do texto: T6995648
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