MASMORRA

Silêncio sobre Silêncio

Eis o que ouço dos dias.

Todos os sons se acumulam

Em mim para depois vibrar.

Sangra-me pela boca

O tempo que me foi

Tempo de retornar

Ciclo que se cumpre.

Inevitáveis tarefas humanas

Por insistência dos sonhos

Faço vibrar então, o som

De meus punhos cerrados.

De encontro às paredes

Sacudidas por soluços

A casa não cai

Alicerces de pedra.

Já nada oculto

Já nada ouço

Nem chuva, nem tempo

Nada se abate, nem eu!

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 17/05/2020
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