FLECHA ARIANA

FLECHA ARIANA

Muito mais que uma zarabatana,
Eu vi o zumbido da flecha,
Que rompe o ar numa festa,
De verve ariana a nos macular.

Sendo alvo ou Alvim no recado,
Tudo foi confabulando,
Desde a sala ou som lá tocado,
Era Wagner drogado cuspindo em mim.

E o lôdo que corre nas veias,
De quem é veneno até no sorrir,
Desmerece a cultura em cadeia,
Onde o delito é cruel como as peias.

Mas não pode um poeta aguentar,
Se calar frente à força,
De torturas ou loucuras,
Em que buscam lhe alçar.

Vez que mais vale na vida,
De quem se embriaga com a poesia,
É viver nesse hoje até o último dia,
Sem temer a censura que tanto convida.

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Publicada no Facebook em 17/01/2020