SANGRA O VULCÃO

SANGRA O VULCÃO

Certezas não tenho,
De nada na vida,
Pois só a ferida,
Recalca a dor.

Toda minha alegria,
É logo esquecida,
Se o fogo que queima,
Traz só não só calor.

Calor que já calcina,
Lá dentro do poço,
Furado num cone,
Como um calabouço.

Onde o meu pescoço,
Se enforca e treme,
Mas geme com a dor,
Se o vulcão é bem moço.

Pois se fosse velho,
Estaria sempre apagado,
Ou dormindo num lago,
Que só lhe escondia.

Calando toda azia,
Que muito vomitava,
Com a lava ardente,
Que do pus saía.

Sangrando toda Terra,
Que doente estava,
Ou será que ainda está,
Se a paz já não via.

Desde que o vulcão,
Tornou-se uma arma,
Virando um canhão,
Onde a morte surgia.

🌋