NA GAIOLA DOS BICHOS

NA GAIOLA DOS BICHOS

Eu pensava que minha vida,
Rodava pelo estrada do tempo,
Em um trem que nunca finda,
Sempre entrando ou saindo,
Na roda viva do vento.

Mas a estação liberdade,
Sempre mostra as gaiolas,
Onde ficam os bichos,
Aguardando um covarde,
Decretar os sacrifícios.

Pois em nome das vontades,
Superamos os antigos povos
Que nutriam suas famílias,
Com algumas proteínas,
Como leite, queijos e ovos.

E eram frugais em tudo,
Sem ter a obesidade,
Pois os pães eram ázimos,
Junto ao bom mel silvestre,
E a carne lhe era rara.

Pois a fase de abutre,
Carniceira vida de outrora,
Nós deixamos desde a hora,
Que dominamos o fogo,
Sem precisar de gaiola.

Aí usávamos a carne,
Mesmo sem hipocrisia,
E o cérebro já logo crescia,
E hoje não é fantasia,
Que o peixe sei até criar.

E esse sim, não sente dor,
O que me faz um ser melhor,
Que se alimenta sem maldade,
E come a minha necessidade,
Na busca de ter mais amor.

Mas moro na gaiola dos bichos,
E não me encontro a sonhar,
Pois já é mais que um pesadelo,
Ver que sou carne de açougue,
De um Capital que é só sangrar.

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By: José Alberto Braga Costa ( Poeta Braga Costa )
In: #prosas_de_braga