A ESTÓRIA DE MARIA E A INSTITUIÇÃO FAMÍLIA

Maria....

Logo quando nasceu lhe foram atribuídos papéis. Já desde muito pequena lhe colocaram no curso extensivo da vida para que aprendesse a ser “uma boa mulher, uma boa dona de casa, uma boa esposa” e a ser aquela que edificaria seu lar. Mas, conforme o tempo passava, Maria crescia e se perguntava o que estaria de errado contigo? Porque desde que teve contato com os livros na escola, ela realmente descobriu do que gostava: Da poesia, das histórias, dos contos, da filosofia, da música e da arte. Então sentia que a busca por conhecimento é o que mais a fazia feliz. Continuou seguindo na estrada da vida, até que conheceu João, um homem que a fez sentir além do que poderia explicar. E como quem ama, se entregou por completo e viveu apaixonadamente. Resolveram casar-se e foram viver juntos.

Com o pouco passar do tempo, Maria começou a perceber que no seu relacionamento com João havia mais momentos baixo do que alto. Mas por ser “uma boa esposa” e uma mulher apaixonada, resolveu permanecer no relacionamento, pois acreditava que se os dois seguissem juntos, dias melhores viriam. Desse amor nasceu o fruto: Pedro. Olhando para ele Maria sentiu um Amor inexplicável; percebeu que existia alguém que ela amava acima de tudo que já conhecera. Os anos foram se passando e os destroços do relacionamento iam a destruindo por dentro; mas por dentro. Porque por fora, Maria tinha que mostrar-se forte, e que era uma “boa mulher”, que edificaria seu lar. Quando ela não tinha mais forças para viver, seu fruto lhe fortalecia e a fazia ergue-se novamente. Percebeu que aquele relacionamento não era saudável e que não precisaria viver daquela forma, não queria viver de aparência só para se encaixar-se n’um padrão social. Foi então que, decidiu fazer sua própria felicidade; fez as malas, pegou seu fruto pelas mãozinhas e resolveu escrever sua própria história.

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Assim como a Maria dessa estória, existem muitas outras que ao lerem-na se identificarão.

Hoje é dia internacional da Mulher, e resolvi trazer esse texto como forma de reflexão. Para que pensemos nos papéis que nos são atribuídos. Pensemos sobre o papel do homem e da mulher e da instituição família que foi criada. Digo instituição, porque a ideia que temos do termo Família hoje em dia, foge realmente da ideia central a qual foi criada. Família vem do latim famulus que significa grupo de escravos pertencentes ao mesmo patrão. E quem é o patrão? Uma família patriarcal, um modelo de família em que tínhamos o pai como o “chefe de família” e os demais os servos, que obedeciam às regras e normas do chefe. Então o que temos hoje são os resquícios desse modelo patriarcal. Em que o homem recebe desde o berço o papel de ser o provedor e a mulher a submissa. Com isso a sociedade acaba vivendo de aparências, em que homens e mulheres têm que provar a todo instante que estão cumprindo seus “papéis”. O resultado disso é o alto índice se feminicídio, em que o parceiro mata sua parceria por sentir-se dono e chefe dela. Também se vê o alto índice de suicídio cometido pelo homem, por se sentir inferior aos papéis que lhes são atribuídos. Contudo, peço a sociedade como um todo que parem de julgar com base em discursos que são vozes de outros discursos. Não devemos apontar nada como certo ou errado, o que é certo para um pode ser errado para o outro. Mas, quem define o que é certo ou errado? Devemos parar de criticar, apontar e procurar ouvir e respeitar o outro. NOSSA SOCIEDADE ESTÁ DOENTE e precisa de palavras que curam e não de julgamentos baseado em uma ideia de instituição. Só cabe a nós decidirmos como queremos agir ou ser. Temos que fazer o que queremos, desde que não fira a outrem. Sendo assim, você MULHER e HOMEM tem o direito de ser feliz a sua maneira. A mulher não precisa viver em um relacionamento doente para mostrar que a família está junta. Porque os resquícios disso poderá resultar em uma DEPRESSÃO, FEMINICÍDIO, quando não, o SUICÍDIO. Isso porque se ela não consegue sair do relacionamento, acaba entrando num profundo poço de depressão que a encaminha para um suicídio. Portanto, se você leitor/ leitora nunca percebeu o quanto a sociedade está doente e clamando ajuda, para de julgar e comece a ajudar.

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