A ida
Eu fui com medo, mas fui
Além dentro da minha poesia
A bolha sagrada que me encontro
Antes de sangrar me entorpecia.
O vento carregou minha alma
Dançante pelo meio da floresta
A mata virgem respirava calma
Longe da minha tristeza funesta
E minha ida foi para distante
Energizada pelo meu cansaço
Clamei pela felicidade num instante
Enquanto me perdia cegamente no espaço
Os olhos já não querem mais chorar
O que o peito condena
Não há como se recuperar
Daquilo que sentimos pena
Não há deus que me perdoe
Dentro do meu universo mais interno
Preciso que essa vontade de poder sobrevoe
Além do meu céu e inferno
Há tantas belezas nessa vida
Poderia me entregar à vaidade
A solidão é uma ótima amiga
Para quem sabe se dizer a verdade
A melhor companhia é o sozinho
Mesmo nas estradas mais vorazes
Vez ou outra surge alguém nesse caminho
Que me joga no abismo da ambiguidade.