A ida

Eu fui com medo, mas fui

Além dentro da minha poesia

A bolha sagrada que me encontro

Antes de sangrar me entorpecia.

O vento carregou minha alma

Dançante pelo meio da floresta

A mata virgem respirava calma

Longe da minha tristeza funesta

E minha ida foi para distante

Energizada pelo meu cansaço

Clamei pela felicidade num instante

Enquanto me perdia cegamente no espaço

Os olhos já não querem mais chorar

O que o peito condena

Não há como se recuperar

Daquilo que sentimos pena

Não há deus que me perdoe

Dentro do meu universo mais interno

Preciso que essa vontade de poder sobrevoe

Além do meu céu e inferno

Há tantas belezas nessa vida

Poderia me entregar à vaidade

A solidão é uma ótima amiga

Para quem sabe se dizer a verdade

A melhor companhia é o sozinho

Mesmo nas estradas mais vorazes

Vez ou outra surge alguém nesse caminho

Que me joga no abismo da ambiguidade.

Gabriel Cordeiro Machado
Enviado por Gabriel Cordeiro Machado em 01/03/2020
Reeditado em 01/03/2020
Código do texto: T6877886
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