Segunda
O despertador
(que nome feio)
me desperta da hora
mas não da dor
que agora creio
É novo dia
mas não sei
se é nova manhã
Não ouço a melodia
tão passarinheira...
e um gosto de noite inteira
não me irradia
no rosto, a maçã
O sol, se alegria contém
é por detrás do nublado
Eu sei,
estou em estado
de chuva
Derrapei nas ruelas sem curvas
Infringindo minha lei
Estou mais do que antes, beco
engolindo o meu próprio seco
O que me passa
é sem sabor de uva
Inda aqui
pregada na cama
essa dor
que não se disfarça
É pura comédia
e eu, ator,
sorrio do drama
Estou idade média
mesmo
quando o futuro me chama
Agora a pouco gritei,
a esmo
sem formato e zelo:
Sonho, acordei
outra semana...
eis de novo, o pesadelo
20-01-2020
05h57min