Segunda

O despertador

(que nome feio)

me desperta da hora

mas não da dor

que agora creio

É novo dia

mas não sei

se é nova manhã

Não ouço a melodia

tão passarinheira...

e um gosto de noite inteira

não me irradia

no rosto, a maçã

O sol, se alegria contém

é por detrás do nublado

Eu sei,

estou em estado

de chuva

Derrapei nas ruelas sem curvas

Infringindo minha lei

Estou mais do que antes, beco

engolindo o meu próprio seco

O que me passa

é sem sabor de uva

Inda aqui

pregada na cama

essa dor

que não se disfarça

É pura comédia

e eu, ator,

sorrio do drama

Estou idade média

mesmo

quando o futuro me chama

Agora a pouco gritei,

a esmo

sem formato e zelo:

Sonho, acordei

outra semana...

eis de novo, o pesadelo

20-01-2020

05h57min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 21/01/2020
Reeditado em 21/01/2020
Código do texto: T6847064
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