[Casas invisíveis]

Sentou à mesa

Percebeu o vazio,

Que habita seu lugar.

Olhou-se no espelho

Notou a falta do seu reflexo,

Falava, em vão...

Os corredores vazios

Apenas ecoavam sua falta.

Rabiscava planos no papel

Que ao ler, sempre parecia borrado.

Os retratos não eram fotografias,

Em seu olhar não se refletia,

A espera, indecifrável

Da luz perdida.

Os passos não faziam ranger a casa,

As roupas não vestiam nada além do corpo.

Portas sempre trancadas,

A espera de algo que rasgue a sensação de sufoco.

Casas Invisíveis,

Cheias de pequenos vazios...

Sonhos imperceptíveis

Afetos fragmentados

Manchado na pele,

Um lugar no sofá, marcado.

A deriva de si mesmo,

Reza...

Esperando estar sonhando acordado.

Pablo Danielli