Suicida

Tocar a mão do vento

e na reverência ao abismo

contemplar a sólida superfície do nada.

Rebrilhar nos olhos fechados

a insondável solidão

do gozar a dor de cada dia.

Flutuar o interior da pedra

navegando o magma essencial.

na rota da erraticidade, abandonar-se.

Empalar o coração em tributo

à liberdade total e absoluta

de dizer sim à vida que sobeja

em dor.

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