Do Álbum de Família
Os olhos do meu avô
Tão profundos quanto a ânsia
De enriquecer.
No sorriso da minha vó
Um ricto de dor
Advindo dos mil cintos e nós
Impostos pela Tradicional Família Mineira.
Nas caras sonsas de minhas tias
A empáfia pífia das virgens
Na sonegação
Da sacrossanta vocação das putas
Plenas da insípida sina
Das meninas de família.
A um canto, o negrinho Louro,
Meu tio emprestado
Colore com seu riso branco
O retângulo bolorento
Que me resgata a ancestralidade.
Um foco instantâneo de fastio e asco!
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