Do Álbum de Família

Os olhos do meu avô

Tão profundos quanto a ânsia

De enriquecer.

No sorriso da minha vó

Um ricto de dor

Advindo dos mil cintos e nós

Impostos pela Tradicional Família Mineira.

Nas caras sonsas de minhas tias

A empáfia pífia das virgens

Na sonegação

Da sacrossanta vocação das putas

Plenas da insípida sina

Das meninas de família.

A um canto, o negrinho Louro,

Meu tio emprestado

Colore com seu riso branco

O retângulo bolorento

Que me resgata a ancestralidade.

Um foco instantâneo de fastio e asco!

https://polenepedras.blogspot.com/2019/10/poemas-publicados-0362019.html