Queda

Calcar na rocha a rubrica da dor

tatuar no sangue espesso

cristalizar signos

da cruz de todo o dia.

Pictografar a pele

na tortura do voo revés

desguarnecido das asas

com que sonhei-me anjo

ou pássaro…

Tanto mais a vida me reflui

mais me infinito em paradoxos.

Assimilo-me às pedras e perdas

faço-me montanhas. Túmulos…

No desamparo da queda

apeado de asas

em múltiplas âncoras

álibis ou habeas-corpus tão inúteis.

O voo se desata no chão.

https://polenepedras.blogspot.com/2019/10/poemas-pubicados-00182019.html