Alicerces Suspeitos

De pisar o absurdo

meus pés andam calados

preso às alpercatas rotas

arrochadas do destino.

Errático por caminhos

que outras línguas palmilharam

vou desbravando rochas em rotas

trespassadas de antigos sangues.

Orbitados ainda, meus dias iguais,

de palavras vis que em vão

alcei à lua num canto-uivo

de último cão danado.

Serão delas a matéria pútrida

com que calcarei meus alicerces

mais suspeitos,

tão movediços os caminhos.

Sólidas somente as culpas

em trilhá-los nu à luz da vida.

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