C R E N D I C E
Solano Brum
Não dou muito crédito aos disse-me-disse,
Nem sou contra ou a favor de quem gosta...
Mas, hoje pela manhã fisgara-me a crendice
No instante em que eu orava de mão posta!
O dia amanheceu triste... Olhando a rua,
Lá fora, ele estava plúmbeo... Friorento...
A julgar pela noite passada e a linda lua,
Quem preveria este amanhecer cinzento?
Como esta manhã que chora pelo astro rei,
Também acordei incomodado pela tristeza
A qual me induzia ser eu, filho do tempo!
E assim, pus-me a recordar de quem amei...
Afinal, se não creio, mas, sou por natureza,
Como saber se pela outra, eu nunca chorei!
= = = = = = = =!