ESTAMOS SÓS

I

Eu olho para você e não percebo o existir;

E a sombra que te guia, escurece...

Dia e noite, noite e dia...

É como se fosse dois caminhos desencontrados;

Corpo! Espírito!

Numa mesma agonia do não existir;

Um clamor delirante para existir;

E o contrário desses pensamentos;

São como uma massa condensada;

Dissolvendo-se no ar;

Envolvendo-se com o vento, pueril!

É contrafeito. Nem a luz te guia...

II

Meus dias estão cegos;

Tu andas perdido nos labirintos;

Buscas a aparência do que não és;

Neste casa, meu pensamente enxerga...

Uma figura presente na ausência;

Eu não permito ver-te, sentir-te...

Apenas imagino numa imagem retorcida;

Que me deixa cruciante, céus!

É um jogo de imagens, contidas e recontadas;

Porém, eu me ponho a acreditar;

Que a ilusão diante da delusão;

Não existe fardos para sofreguidão;

E concomitantemente me repito;

Pela sombra que não existe;

Pelo corpo desouvido no sal.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 25/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6703863
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