OS BRINCOS DE PÉROLAS
Não quero recordar das incongruências que magoaram-me;
Ser-me-ia ignóbil fazer-me permitir;
A ressurreição já sepultada em mim;
Quero sentir o perfume das flores;
Que ei de lembra-las eternamente;
Ei de amar... e amar perdidamente!
Se em minha mente penso que esqueci, estou errado!
O cérebro recorda e faz-me sempre lembrar;
Porém, não sou da vida o único a sofrer;
Sou o frescor do vento que abraça-me;
Inebriante amor que mergulha na minh'alma;
Uma onda que beija na praia;
Um mar que seduz minha vida;
Quando esse mar em meus pés está presente;
No aqui..acolá...além...estou vivo...
Quero sentir a liberdade em mim;
Esquecer de tudo porque caminho com roupas de bençãos;
E permito-me atravessar portas, e portões...
Pular janelas...
Correr entre caminhos...
Ultrapassar fronteiras;
E nunca limitar-me aos enganos...
Hoje sou indiferente ao caso;
Não destrato o acaso;
Recordar? lembrar? Reviver? Ser-me-á indiferente...
Canta o bem-te-vi;
No quintal os beija-flores nos varais;
Roupas tomando brisa;
Folhas caem das arvores;
Recomeçar! Viver! Sentir!
Há um verão em cada primavera
Há um outono para cada inverno
Um sol para cada amanhecer
Uma lua para cada anoitecer
Quem diz que não ama perdidamente
É porque em si mente.