Andarilho - parte I

O que restou

das minhas invencionices?

Sei que muito do que sou

é por que alguém um dia disse

ser poeta é ser o ser

e nunca o estou

e estar, é na vida

dúvida e tolice

Nada disso, creio eu agora

Estar é o molde do eu

sem dor, sem luz, nem breu

é o ser sendo o ser em definitivo

Estar é fase que vai embora

para o ser assim mostrar

o que é de fato estar

completamente vivo

Estar é o estágio necessário

para o ser se compor

É deixar o real e o imaginário

Irmanarem entre prazer e torpor

Lisonjeiro até

essa coisa de poeta

mas a coisa certa

é passageiro

interessado observador

Cada dia: uma nova meta

nos pedais da bicicleta

assim, mundão, eu vou

24-05-2019

00h02min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 24/05/2019
Reeditado em 20/08/2020
Código do texto: T6655076
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