Presa Em Meu Eu

A vida a passar pela janela,

Fico aqui presa nas horas

Efêmero viver em sentinela

E sem ver a alvura da aurora

La fora o dia deve estar lindo

Mas algo me impede

De sair

Estou presa em meu eu infindo

Quando meu querer é me ir

A finitude da minha existência

Não me poupa de chegar ao fim

Pego o atalho da minha existência

E permeio pelo meio de mim

Há de ter uma explicação

Sobre essa minha clausura

Porque viver nessa prisão

Em tamanha desventura

Meu verde e triste olhar

Deitado pelo caminho

Aqui dentro eu sou lugar

Onde a saudade faz seu ninho

Pelo triste caminho da tua ida

Vejo teu vulto nas paisagens

Minha alma triste e dolorida

Se contenta com tua miragem

Kainha Brito

Direitos Autorais

Preservados