[Á deriva]

Do teu silêncio,

Fez-se a tempestade.

Teu choro, um oceano.

E teu pesar...

Uma ancora.

Quem ousaria navegar,

Em aguas tão profundas?

Que arriscaria liberdade,

No que não tem leme...

A deriva, em meios aos pensamentos,

Faz de boia, tua esperança,

Para não afogar em teu desejo.

Ser, de um mar sem fim.

Ser, de si mesmo o norte.

Para não naufragar em outros corpos,

Sem rumo, na noite.

Pablo Danielli