INTROSPECÇÃO

Inexplicável e sorrateiro vazio se fez em mim.

Mas não falarei das angústias que me afligem a alma,

Tampouco me deterei em lembranças funestas

Ou nas dores sentidas por caminhos íngremes de solidão.

Decidi ouvir, atentamente, a voz súplice do meu coração

Que, suave e brandamente preenche meus espaços vazios

Com centelhas envolventes de esperança e paz,

Num porvir distante de incompreensões e cárceres de dor.

Numa enunciação repentina de encantamento,

Em sutis reticências de nostálgico pensar,

Não há dor na minha introspecção, e sim, lembranças,

Prazeres vividos em ritmos de suaves canções.

Átimos diamantinos parecem aventar-se no espaço sideral.

Retiro do pergaminho da memória laivos de lágrimas silenciosas

E volvo os olhos para o céu imaginando ápices de paz universal.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 26/04/2019
Código do texto: T6632768
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