INTROSPECÇÃO
Inexplicável e sorrateiro vazio se fez em mim.
Mas não falarei das angústias que me afligem a alma,
Tampouco me deterei em lembranças funestas
Ou nas dores sentidas por caminhos íngremes de solidão.
Decidi ouvir, atentamente, a voz súplice do meu coração
Que, suave e brandamente preenche meus espaços vazios
Com centelhas envolventes de esperança e paz,
Num porvir distante de incompreensões e cárceres de dor.
Numa enunciação repentina de encantamento,
Em sutis reticências de nostálgico pensar,
Não há dor na minha introspecção, e sim, lembranças,
Prazeres vividos em ritmos de suaves canções.
Átimos diamantinos parecem aventar-se no espaço sideral.
Retiro do pergaminho da memória laivos de lágrimas silenciosas
E volvo os olhos para o céu imaginando ápices de paz universal.