Nua alma
Me despi das roupas,
Dos sentimentos
Dos sonhos, dos amores
E, seus dilemas...
Me despi das faces
Da pele e depois da carne...
Me despi das palavras,
Dos versos
E, das letras
Me despi de você,
Depois de mim,
Não foi simples assim...
Cavei fundo,
Delascerei meu mundo,
Atrás de um argumento...
Então... Só então...
Parei o coração!
Me despedi da razão...
Foi só então...
Que se desfez o véu de ilusão...
Não sobrou fantasia
Nem música, além da produzida
Pelo vento...
Poderia ter achado lindo...
E na falta de sentimento
Me sobrou só a visão...
A qual também me despi...
Me despedi do ego,
Das vaidades,
Dos desejos,
E, das flores...
Só aí me deparei,
Com a verdade...
E, me dei conta,
Que só sobrou
Eu, uma crua e nua Alma!
E, o resto são alegorias,
Em um universo vazio.