Inóspito

Meu coração, terreno baldio,

está a espera da capina.

Envelheci mal...

e acho que fantasmas

são almas em desespero.

A música que ecoa na minha cabeça

as vezes é soluço.

Há solução para tudo,

no entanto,

a minha eu desconheço.

As rimas de ontem

não me abraçaram hoje...

derreteram ao sol.

Estou queimado feito filme antigo...

e enquanto me houver frio,

nao vou saber decorar o papel do amor

e nem terá ninguém na bilheteria...

Já não tenho o mesmo cinema

e mesmo que aqui coubesse outro verso

nao sei como brincar

de mocinho e bandido.

Esqueci que pular corda

é um bom esforço para o sorriso.

A vida ficou séria demais...

06-04-2019

22h02min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 06/04/2019
Reeditado em 06/04/2019
Código do texto: T6617236
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