[Círculos]

Há sombra do que sou

Sou menos do que penso ser,

E desse devaneio...

Respiro, tentando não esmorecer,

Tropeçando em um eu sem fim.

Deixando de seguir instintos

Gastando o que resta de mim

Criando calos, por andar em círculos invisíveis.

Corroendo aquilo que passa e não se pode ver,

E o reflexo do que sinto,

Não é mais aquilo que costumava ser.

Porque eu...

Sou um eu sem fim

Que mesmo com o silêncio da mente

Persisto aonde nada brota,

Com medo de descobrir novas portas, outros corpos.

Deixando antigas rotas de colisão,

Encontrarem o nada.

Vazios absolutos que domam o corpo,

Mesmo quando a vida insiste em sair por frestas,

Deixadas por marcas, que ali não estavam.

Um corpo perambulando

Exprimido entre tantos outros,

Caminhos que se definem, por um sopro.