EMBARCANDO NO VENTO
EMBARCANDO NO VENTO 0240.219
Compor verso parece falta de ofício
ou lembra serviço de obstruir orifício
ou de edificar nos ares um edifício.
Agrupar estrofes parece prefácio
de quebra-cabeça infantil e fácil,
próprio de quem lhe sobra espaço.
Reunir rimas lembra ópera de néscios
que decanta as virtudes do progresso
de vagar nas luzes da luz: progresso !
Rimar versos lembra excesso de ócio
ou parece admissão de novo sócio
ao clube de magnânimos beócios.
Construir métrica parece oração de Núncio
Matemático que descobre e faz anúncio
de que os números são seus jagunços !
Ah, a Poesia é da paz o claro prenúncio ...
Sorocaba, aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro de 2019.