NOS MARES, NOS BANANAIS

Depois da festa ficou

Um gosto de quero mais

Esses sabores que a gente

Tem quando se é rapaz

Disposição e coragem

Para enfrentar a viagem

Sem se importar com o cais

Nos mares, nos bananais

A juventude impera

Pode morar num palácio

Pode viver na tapera

Não há sonho atordoado

Bailarino ou soldado

Vive a sua quimera

Mas corre a primavera

Tão veloz feito um foguete

Alguns não viram passar

Agarrados no florete

A sorte é que a poesia

Tem toda essa maestria

De oferecer clarinete

E quem não viu ramalhete

No cenário em que viveu

Trocou a graça por ódio

Neste mundo se perdeu

O amor é ilusão

Só pra quem o coração

Cauterizado morreu...