INSENSIVELMENTE

Como ficar insensível diante da miséria,

Como se calar diante do sofrimento alheio,

Como aceitar que tudo é obra do destino,

E que o homem é produto do próprio meio?

O homem, ser gregário por natureza,

Se agrupa para viver em sociedade

E no seu grupo, muitas vezes, com certeza,

Se amolda e aceita calado a responsabilidade.

Viver! É uma arte diariamente praticada,

Uma luta, em busca de um norte na sua estrada,

É uma saga que estava premeditada,

Ou a razão, sem razão, para aqueles que não tem nada?

Como definir a diferença entre quem mais tem,

daqueles que nada tem, nem mesmo a esperança?

Como estabelecer uma equação para quem tem fome?

Se a razão para eles, entre o ter e o não ter,

É a fome que que os maltrata e os consome!

Seria, talvez, uma ironia do destino?

Ou quem sabe um desígnio do poder divino?

Se todos nascem iguais perante a Deus em semelhança,

Será que por potestade, seja privilegiada uma criança?

Teria sido um erro, da humanidade,

Que permitiu a criação de castas sociais

Ou quem sabe tenha sido uma necessidade

Para estabelecer controle entre quem nada tem,

e os que tem mais?

O que se tem, na realidade em que vivemos,

É uma constante luta entre seres desiguais

Quem nada tem, com pouco se contenta

Entretanto, quem muito tem, sempre está a querer mais!

Ilha Solteira/SP – 30/10/2018 – 15:04 horas

Daniel L Oliveira
Enviado por Daniel L Oliveira em 30/10/2018
Código do texto: T6490161
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