INSENSIVELMENTE
Como ficar insensível diante da miséria,
Como se calar diante do sofrimento alheio,
Como aceitar que tudo é obra do destino,
E que o homem é produto do próprio meio?
O homem, ser gregário por natureza,
Se agrupa para viver em sociedade
E no seu grupo, muitas vezes, com certeza,
Se amolda e aceita calado a responsabilidade.
Viver! É uma arte diariamente praticada,
Uma luta, em busca de um norte na sua estrada,
É uma saga que estava premeditada,
Ou a razão, sem razão, para aqueles que não tem nada?
Como definir a diferença entre quem mais tem,
daqueles que nada tem, nem mesmo a esperança?
Como estabelecer uma equação para quem tem fome?
Se a razão para eles, entre o ter e o não ter,
É a fome que que os maltrata e os consome!
Seria, talvez, uma ironia do destino?
Ou quem sabe um desígnio do poder divino?
Se todos nascem iguais perante a Deus em semelhança,
Será que por potestade, seja privilegiada uma criança?
Teria sido um erro, da humanidade,
Que permitiu a criação de castas sociais
Ou quem sabe tenha sido uma necessidade
Para estabelecer controle entre quem nada tem,
e os que tem mais?
O que se tem, na realidade em que vivemos,
É uma constante luta entre seres desiguais
Quem nada tem, com pouco se contenta
Entretanto, quem muito tem, sempre está a querer mais!
Ilha Solteira/SP – 30/10/2018 – 15:04 horas