Estranho caminho comum a todos
Achava que a vida era assim: retinha, sem atalhos, sem desvios, sem súbitos caminhos
Feita de início, meio e fim, todinha assim.
Acordei, hoje, e a rua da minha vida não estava mais lá.
Abri a porta da minha casinha e não encontrei mais chão, nem calçada pra pisar,
Do outro lado da sala, uma nova porta se abrindo, com estrada desconhecida
Eu, acostumada a casinha modelo, com caminhos retos, agora, saio pra uma rua estranha,
Repleta de curvas e buracos, sem mapa nem desenhos,
Rua comum a todos, com todos nela, caminhando, se perdendo, se embaraçando
Caindo e se levantando,
Alguns sendo levantados e carregados no colo, gente morrendo ou ficando pelo caminho.
Agora quebrou-se de vez minha redoma de vidro
Agora vivo como todos.
Marta Almeida: 18/07/2018