Confusão dos diabos nesse Canil
Tem passados que não se vivem,
tem futuros já esquecidos
talvez masmorras onde morrem,
talvez palácios destruídos.
Como assim, dá-se a certeza
de desequilibrar as defesas
numa cadeia de realeza,
num parque de gritos e ruídos...
Mais morrem onde moram
que nos campos de guerra,
no sobejo da paz forjada
da enxada que não carpina.
Cansaços que não matam,
mas jogam sob a terra
toda vontade alimentada
e só o sonho lhe alucina.
Vaticínios que iludem...
Deus? O diabo nos salvou
'inda a pouco, acreditem!
Aplausos à democracia.
Se nossos filhos não vende,
usa-os como nos acostumou.
Sonha que um dia vence,
ou a vida te derrotou.
Há que algo se comemorar.
Beber? Talvez comer e orar.
Por ora, só o que azarar.
Por sorte, o que esperar?
Cão que não ladra, viaja.
Um dia o asno chicoteará,
talvez o cocheiro reaja,
Mas ainda, morderá?