À UMA VELOCIDADE

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Por alguns instantes pelas luzes mediantes,

Passam os apressados ou vagarosos carros,

Das passagens respaldadas a agir como esparros;

trombadas que são geradas através dos inconstantes esbarrões.

Sempre, sempre adiante,

Deparar com a violência dos ventos transparentes,

Proximidades dos destinos pelas urgências,

Orientações distantes ocasionada pelas vulnerabilidades das insurgências.

Passam os fretes das carroças, carrocinhas de pipocas,

Quentura que a algum ovo a choca;

Lotações cheias de sarros,

Olhares apaixonados que buscam suas amarras,

As cusparadas alvejadas dos catarros,

Vícios que causam a insensatez dos pigarros,

Prazer das bebidas alcóolicas ou dos tragados cigarros.

Carretos basculantes de terra, pedra, areia ou barro.

As reduções das precipitações lambadas,

Escoriações elevadas dos quebras molas,

Passam sob ou sobre os viadutos as passadas,

Redutos das paradas as suas degolas.

Nas medições das réguas,

No cumprir das regras,

Nas distâncias transformadas em léguas,

Irresponsabilidades impostos nos pegas,

Pontuações das pragas, pregos e das pregas,

Compromissos encomendados pelas entregas.

Passam os postes das placas dos pontos,

O completar dos pentecostes pelos equilíbrios das pontes.

Cavalos e éguas, ruminantes como os bois e as vacas,

Os porcos e as porcas, armas brancas como canivetes, punhais e facas.

As margens das pautas com suas abas das afiadas pontas,

Humor que superam as discutidas e talvez violentas broncas.

Os brotos, ou o rogar das impregnadas pragas,

As presas as suas pregas, como do ouro a comparar com a prata;

Os pratos prontos, porcentagens aplicadas nos descontos.

Adiante, os futurísticos instantes pelas extensões de cada tronco.

Pessoas falando em algo, alguma coisa ou em alguém,

Das distâncias partindo do um, a passar de cem;

Crianças brincando e pessoas trabalhando,

Para-brisas através do que pela frente a vem.

Trilhos emparelhados dos trens,

Trilhas de quem vai ou de quem ainda vem.

Oportunidade de soltar ou de pegar, pegar ou largar,

Oportunidade de segurar a cuidar, ou abandonar;

Pelos barulhos de alertas das ensurdecedoras buzinas,

Perigosos cruzamentos das espiadas atravessáveis esquinas.

Das causas com os seus bens, ou duro a não ter nenhum vintém.

Passam as contenções dos montes, muros e dos morros,

Cabeças protegidas as lãs, ou de algodões dos seus gorros.

Uns iludidos a pedir alto a socorro,

Biroscas e barracos com estampas das mercadorias a forros.

Vezes concorridas as corridas por locações,

Pedágios roletas as suas precificações,

Sinais semáforos luminosos a orientação,

Faixas de mão ou de contra mão.

Placas das atenções, dobrar ou seguir a recomendação.

Passam os enunciados que emplacam,

Barulhada das emparelhadas latas,

Cercando ou escorando com as estacas.

Bichos agraciados, ou os que atacam,

Os galos com as galinhas, e os patos com as patas.

Mensagens esculpidas em outdoors,

Colar das provas, ou a saber de cor.

Ovas ou desovas, poesias, estrofes e trovas.

Buracos a servir de covas ou tampados as corcovas.

Passantes históricos monumentos,

Visitadas praças a divertimentos;

Desaproveitáveis ou aproveitáveis fragmentos,

Poluições gás carbônicos dos tormentos, ou pigmentos,

Pedaços de uma proximidade distante, viajante,

Finos daquele que passa barbeiro a um rampante.

Passam as horas, as pesadas toras,

O antes, o depois e o agora.

Rotinas das rotas, comboios com as suas frotas;

Estórias, Histórias e anedotas;

Sabor dos frutos, subir e descer dos viadutos.

Leis, regras e estatutos.

As extensões, alturas e larguras dos túneis,

Bebidas em tonéis, elegâncias dos anéis;

Continências dos quartéis, contingências dos graduados coronéis;

Estadias dos hotéis, acasos dos hotéis ou motéis.

Dinheiros por busca de alguns réis,

Os desembarques dos convés, calos dos pés.

As pinturas dos pincéis, triunfos dos lauréis,

Anúncios dos painéis, escritas dos papéis.

Emaranhados dos cachos, oferendas dos despachos,

Escravidão dos escrachos, água corrente potáveis dos riachos;

Espaços...

Contados instantes, enxertos dos implantes, transplantes,

Decorações das vitrines ou das estantes.

Cessar através dos estanques,

Acúmulos cúbicos dos tanques,

Defesas, ataques ou arranques.

Sempre avante, vindouro adiante.

Retiradas ou colocação dos entulhos ou aterros dos guindastes,

Hastes que restaram em trastes;

Retornos dos traços, restos dos bagaços,

Perdas dos cabaços, embrulhos aos maços.

Batidas das colisões, destruídas erosões,

Tumultos e confusões, aglomerações;

Surtos das explosões, medidas extensões.

Extorsões, retenções ou incitações.

Passam poeiras nos ares das brisa, visões que alertam e avisam...

As traves das balizas, recapeamento das estradas esburacadas a lisa;

Chão de terra ou revestido que alguém a pisa;

Fornecedores, mercadores, compradores ou feirantes das feiras,

Solavanco das bandeiras, doideiras ou besteiras, asneiras;

Misérias das frieiras, esperas das fileiras, pilhas feiras as empilhadeiras.

Extravagante belezas, destrezas, alegrias e tristezas;

luxos vislumbrantes ligadas as exorbitantes nobrezas;

Desesperos, atropelos, apelos; conforto dos pelos,

Selos, zelos, uma aparição a algo a vê-lo;

Desuniões e uniões dos elos, impacto dos martelos,

Sapatos, sandálias e chinelos.

Mais além, a beleza que está em algo que é belo.

A pressa dos atrasados, estabanados afobados,

Fome dos esfomeados, esfaqueados;

Emergências com as suas urgências,

Como de constante das frequências.

Trombadas dos alguéns, ou dos ninguéns,

Substâncias de compartimento que a uma porção contém...

No imprevisto que adiante vem;

Como quem não tem nada, ou como quem tudo tem,

Do ponto aonde quer chegar a ir mais além.

Desligando no zero como de seus bens,

Do ponto final pra quem chega, ou ainda vem;

A algum lugar que a uma garagem a guarda retém; a recém.

Velocímetro parado a velocidade que chegou a cem, esqueca o porém.

A apostar corrida na velocidade que a cada um a convém.