Claustrofobia
Vivo preso, irritado, querendo me expor
esperando chegar o dia
em que vou cantarolar minha dor
de cotovelo e minha rebeldia tardia.
Nesse anonimato
escrevi livros, cantei "blues"
agora ou vivo meu sonho ou o mato.
O momento chegou e já estou cansado de ser evitado
está na hora de revelar meu lado espevitado.
Agonias transformadas em poesias.
Alegrias brincando de serem tristezas.
Serei a explosão do vulcão no seu dia-a-dia.
O amor, a paixão, o nadar contra a correnteza.
Serei a variação entre o sim e o não.
Na escuridão, serei a clareza.
Nesse anonimato, o peito embargado,
O " Eu " embriagado pela leveza
e o lirismo de ser tocado
pelo dedo de Deus e o seu cajado.
Nesse anonimato, murmúrios, lamentos,
versos rasgados, trancafiados nas grades do tempo.
já é hora de falar meu lado calado.
Dar à luz, verbos velados.
Imbuir o mundo de bons sentimentos.