Não Quero Mais Cantar Qualquer Canção

Não quero mais cantar qualquer canção.

Nem dizer pensamentos em versos.

Não vou dar vida ao que grita o coração.

Da tua medalha, serei o reverso.

Não creio mais no que dizem

e todo dia é um dia de fúria.

No céu as estrelas cintilam

e na terra, procuramos a cura.

A cura para os males que afligem o homem.

E meu canto surdo ninguém ouve.

Vamos dar as mãos

e unir todos os jovens

e esperar, na espreita da reunião, às nove

que os homens, que decidem

o que a gente come

e também, à toda nossa vida,

louvem a Deus e que em seus peitos

abra-se a ferida

que em nós, já sangramos, há tempos.

Que seus corações inflem de paz e igualdade

e suas ações, de amor e lealdade.

O novo virá e meu coração ingênuo pulsará,

cadenciado com o sol

que soca meu rosto todo dia.

O gosto amargo da orgia,

que desfruto toda noite louca

escorrerá pelos cantos da boca

adocicando o fel,

transformando a letargia.

Venerável Beda
Enviado por Venerável Beda em 03/04/2018
Reeditado em 03/04/2018
Código do texto: T6298578
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