Palavras
Palavras calam vez em quando
minha voz, sôfrega, por falar.
O tom mais alto do meu gênio
fere as cordas, intangíveis, da minha paciência.
Explodo compulsivamente e
ansioso, atropelo o veto da censura
esbravejando aos quatro ventos,
serenando minha cólera brega.
As palavras torpes e trôpegas
feito flechas , ferem o marasmo.
Ferem o silêncio , a mesmice.
E saio do tom e do protocolo
chorando lágrimas coloridas de vida pulsante.