Sangrando Poesia
Urgia o tempo
e o artista atento vasculhava
nos recônditos da mente
sangrando em palavras seus pensamentos.
O farfalhar do vento varria
cantinho por cantinho
enquanto o tempo urgia.
O divagar das palavras exprimia
os medos e a coragem do artista
clareando a escuridão do dia-a-dia
inventando a imensidão
do que sabia e o que não sabia.
A pressa acossa o verso e o reverso de tudo.
fonemas aglutinam-se em palavras.
e a orgia de idéias em seus gritos mudos
sangram anônimas lavas
de desejos, paixões e traumas.
E, repousando sobre o livro
sonha com a perfeição de um momento.
ao acordar, deixa-se sangrar o invento.