Sangrando Poesia

Urgia o tempo

e o artista atento vasculhava

nos recônditos da mente

sangrando em palavras seus pensamentos.

O farfalhar do vento varria

cantinho por cantinho

enquanto o tempo urgia.

O divagar das palavras exprimia

os medos e a coragem do artista

clareando a escuridão do dia-a-dia

inventando a imensidão

do que sabia e o que não sabia.

A pressa acossa o verso e o reverso de tudo.

fonemas aglutinam-se em palavras.

e a orgia de idéias em seus gritos mudos

sangram anônimas lavas

de desejos, paixões e traumas.

E, repousando sobre o livro

sonha com a perfeição de um momento.

ao acordar, deixa-se sangrar o invento.

Venerável Beda
Enviado por Venerável Beda em 25/02/2018
Código do texto: T6263926
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