fig: Soul inside tree, de Debra Brenier
Matéria-Prima
(do livro "Poetas 2000", Ed. Blocos)
O que desconheço é a matéria que consumo para fazer poemas
Porque ainda contém esperança.
O que desconheço é ainda possibilidade e anseio
E me impele pela sua total irrealidade
Sua incapacidade de sobreviver fora dos meus parâmetros.
O que desconheço tem as incongruentes cores do lavanda e do azul cerúleo
O sussurro musical do silêncio nas copas altas dos eucaliptos
A face da deusa Lua refletida em águas mansas.
O que desconheço toma a forma de um elfo dançarino
Sua essência na brisa esvoaçante
Mais real em seu ser efêmero que a realidade externa
Daquilo que conheço.
O que desconheço tem o cheiro quente e úmido da Terra Mãe
Que chora comigo nas tardes quentes a criação de todo o belo
Feito apenas para ser consumido, talvez por mim
Em um poema.
Matéria-Prima
(do livro "Poetas 2000", Ed. Blocos)
O que desconheço é a matéria que consumo para fazer poemas
Porque ainda contém esperança.
O que desconheço é ainda possibilidade e anseio
E me impele pela sua total irrealidade
Sua incapacidade de sobreviver fora dos meus parâmetros.
O que desconheço tem as incongruentes cores do lavanda e do azul cerúleo
O sussurro musical do silêncio nas copas altas dos eucaliptos
A face da deusa Lua refletida em águas mansas.
O que desconheço toma a forma de um elfo dançarino
Sua essência na brisa esvoaçante
Mais real em seu ser efêmero que a realidade externa
Daquilo que conheço.
O que desconheço tem o cheiro quente e úmido da Terra Mãe
Que chora comigo nas tardes quentes a criação de todo o belo
Feito apenas para ser consumido, talvez por mim
Em um poema.