POR UM GRILO
POR UM GRILO
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Canta uma canção honrosa,
Canta uma canção com muito estilo,
Todos indagam encabulados:
-- O que é aquilo!
Nas noites deslumbradas assoam como os dias nos fatos,
Nas matas descampadas acompanhadas pelos assombros dos esquilos,
Cri, cri, cri, cri faz o desajeitado grilo,
Sem nenhum ensaio mas com grande estio.
À coisas minuciosa aos patrocínios,
À cousa remediada pelos asilos,
Rondó precioso por sua validade,
Sonetos feitos a termos empregados,
Comparando as complexidades de uma espiga de um milho.
Cri, cri, cri, cri faz o grilo,
Convidando a aparição de uma companheira que sirva de acasalada,
Para a busca de um ideal ou pratico retiro.
Pela velocidade de um projétil que sai de um tiro.
Persiste este infante nas suas cantigas,
A cricrilasejar, como de uma de suas caatingas,
Na sua comemoração cantaroladas sobre seus artigos,
Dos dias atuais comparados aos tempos antigos.
Poéticas daquelas distantes medidas aos seus longos saltos,
Pelas suas longas pernas dobradiças como algum mato alto,
Que não nasceram e cresceram em algum albergue ou exílio,
Relento que se resguarda em letras no interior de um papiro.
Equilíbrio, volume, espaço ou de peso por cada quilo,
Daquilo de silêncio que exige sigilo,
Das voltas que representa algum giro,
Daquilo que se vê quando imaginamos a figura de um vampiro.
Nunca se perdendo a velocidade de um respiro,
Cantando por todos os dias e noites as fábulas de sumo exímio.
Onde todos indagam ressabiados:
--O que é aquilo?
Num canto forte e original de encanto,
Canto madrigal de grande estilo,
Em um matagal feito o maioral,
Cri, cri, cri, cri faz o grilo,
Sem ensaio, mas com um excelente estilo.