TOLICE
Isto que escrevo e minto
Navega nas ondas da tarde,
Remorso moendo o que sinto,
Apagando a luz que queima
E arde.
Unguento, de onde viria?
Da noite, do dia que morre?
Das esquinas dos vales?
Do tempo menino que corre?
E escorre?
Criança, a lua inútil brilha.
Homem, a luz navega tonta.
O verde resplende nas folhas,
Mulher, e só tu as desfolhas!
E...sem bolhas.
Desprezo o que disse,
Mas em mim persiste
A verdade, a verdade,
A mentira, a mentira
Do que nem põe, nem tira!