Amplitudes - um poema ao acaso
Um chá
um telhado vazio
uma nota musical
a voz retida na janela
o olhar do furacão assustando almas
a lua em constante mudança
o jardim a mercê das ervas daninhas
o mar engolindo o sol
a gaivota do branco anunciando vitórias
a tristeza esbaforida para gritar
o choro lavando pedregulhos
a rua sozinha
a dor na explosão da vida
os enganos na esquina
o adeus na estação
a lágrima na terra fresca
o sonho criando asas
a labareda no beijo
o perfume das encrencas
o sofrimento necessário
a descoberta inquieta
o horizonte nas pegadas
o gosto amargo da risada alheia
a penumbra estranha do ocaso
o suor das tempestades
a neblina dos terremotos
a mão, a luva e os dedos
a boca no copo
o calor do batom
a chama da vela...
o jogo o dado a sorte
o laço a fita e a surpresa
a vida o sonho a morte
a nublada história de todos nós...