Porta

Quem és tu!

Que bate a minha porta,

Há esta hora?

Que trás consigo

O calor das ruas,

E o silêncio da fé.

Que esconde o rosto,

E a voz, não se faz ouvir.

Apenas uma sombra

Em busca de um corpo,

Para ter um dono.

Que és tu!

Que antes, não se fazia notar!

E agora...

Faz-se, de um carregado pesar.

Tu, que não veste cores!

Tu, que antes não batia!

Agora...

Insiste em ser luz.

Em que momento

Entre o luxo e a miséria,

Despertou teu desejo?

Quem és tu,

Que bate, bate e bate...

Mesmo imaginando,

Que não há alma sóbria,

Para lhe receber.

Quem és tu!

Quem sou eu?

O que somos nós...

Se não, o tudo e o nada.

O vazio e o cheio.

A loucura e a sanidade.

O amor e o ódio...

A carne e a alma.

Quem és tu,

Que se faz martelo...

Quem sou eu,

Que se faz porta...

O que somos nós.

Pablo Danielli